terça-feira, 22 de setembro de 2009
TIPOS DE MÁSARAS
Ao colocar a máscara o indivíduo anula sua identidade assumindo outra identidade. Seja qual for suas motivações, a máscara desencadeia uma necessidade essencialmente humana de alteração da realidade objetiva. Re-liga o atual ao arcaico, refaz o percurso sagrado do homem, pois foi através da alteridade propiciada pela máscara que o homem representou.
A máscara surgiu no mundo quando divindade-homem-animal era uma unidade metamórfica, que eliminava as diferenças intrínsecas entre cada ente para que o “eu” fosse também eliminado, valorizando o coletivo. A máscara é esse instrumento de transcendência. Ela supera de modo concreto aspectos de uma realidade, tornando o sujeito um arquétipo. Por isso máscaras eram usadas nas sociedades arcaicas, fosse na África, no Oriente, na Europa ou nas Américas. É uma forma de expressão sobreposta à expressão pessoal do homem que a veste. Rastreando a origem da máscara, termina o teatro se manifestando como força cósmica em meio a rituais populares de culto às divindades. A máscara explica sua natureza: o fingimento de ser deus, por parte dos homens, e de ser homem, por parte dos deuses. Esse movimento dialético do Eu e do Outro vai se transformando com as sociedades. Na Renascença surge a Commedia Dell`Arte que não apenas usa máscaras, como cria uma galeria de tipos estilizados (entonações, tiques estilizados) que eram virtualmente “máscaras”. Um ator se especializava em um personagem e o fazia a vida inteira. Muitas vezes, herdara o personagem do pai, que também passou a vida toda à fazê-lo, e o legava ao filho, que continuaria a tradição. Isso significa que o uso dramático da máscara exige grande preparação do ator. Se apenas envergar a máscara e pendurá-la no rosto, poderá ser um folião, jamais um ator. Ao colocar a máscara o ator se transforma. Seu corpo se transforma, seus gestos se transformam, até sua respiração se transforma.
Temos vários tipos de máscaras entre elas podemos citar:
Máscara larvária, que já apresenta uma sugestão de um personagem, mas ainda de forma incipiente. Os traços são como esboços, que podem misturar a aparência humana com a animal.
Máscara expressiva revela um arquétipo mais definido, com uma história particular.
Máscara neutra é uma Influência do teatro oriental, sua aparência é simétrica e não remete a nenhuma característica particular. Ao contrário, ela não é um personagem, mas um estado. Não tem memória, nem conflitos.
A meia-máscara, que cobre apenas a parte superior do rosto do ator. Nesta etapa, além das expressões corporais, trabalha-se também a voz do personagem.
Máscara abstrata, com formas geométricas, ela permite ao ator trabalhar o ritmo do corpo.
E as máscaras de tipos populares, que são feitas através de nossos personagens tirados de nossa literatura e também do nosso cotidiano.
Ao colocar a máscara o indivíduo anula sua identidade assumindo outra identidade. Seja qual for suas motivações, a máscara desencadeia uma necessidade essencialmente humana de alteração da realidade objetiva. Re-liga o atual ao arcaico, refaz o percurso sagrado do homem, pois foi através da alteridade propiciada pela máscara que o homem representou.
A máscara surgiu no mundo quando divindade-homem-animal era uma unidade metamórfica, que eliminava as diferenças intrínsecas entre cada ente para que o “eu” fosse também eliminado, valorizando o coletivo. A máscara é esse instrumento de transcendência. Ela supera de modo concreto aspectos de uma realidade, tornando o sujeito um arquétipo. Por isso máscaras eram usadas nas sociedades arcaicas, fosse na África, no Oriente, na Europa ou nas Américas. É uma forma de expressão sobreposta à expressão pessoal do homem que a veste. Rastreando a origem da máscara, termina o teatro se manifestando como força cósmica em meio a rituais populares de culto às divindades. A máscara explica sua natureza: o fingimento de ser deus, por parte dos homens, e de ser homem, por parte dos deuses. Esse movimento dialético do Eu e do Outro vai se transformando com as sociedades. Na Renascença surge a Commedia Dell`Arte que não apenas usa máscaras, como cria uma galeria de tipos estilizados (entonações, tiques estilizados) que eram virtualmente “máscaras”. Um ator se especializava em um personagem e o fazia a vida inteira. Muitas vezes, herdara o personagem do pai, que também passou a vida toda à fazê-lo, e o legava ao filho, que continuaria a tradição. Isso significa que o uso dramático da máscara exige grande preparação do ator. Se apenas envergar a máscara e pendurá-la no rosto, poderá ser um folião, jamais um ator. Ao colocar a máscara o ator se transforma. Seu corpo se transforma, seus gestos se transformam, até sua respiração se transforma.
Temos vários tipos de máscaras entre elas podemos citar:
Máscara larvária, que já apresenta uma sugestão de um personagem, mas ainda de forma incipiente. Os traços são como esboços, que podem misturar a aparência humana com a animal.
Máscara expressiva revela um arquétipo mais definido, com uma história particular.
Máscara neutra é uma Influência do teatro oriental, sua aparência é simétrica e não remete a nenhuma característica particular. Ao contrário, ela não é um personagem, mas um estado. Não tem memória, nem conflitos.
A meia-máscara, que cobre apenas a parte superior do rosto do ator. Nesta etapa, além das expressões corporais, trabalha-se também a voz do personagem.
Máscara abstrata, com formas geométricas, ela permite ao ator trabalhar o ritmo do corpo.
E as máscaras de tipos populares, que são feitas através de nossos personagens tirados de nossa literatura e também do nosso cotidiano.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
PRODUÇÃO DE UM ESPETÁCULO
A produção de espetáculos é uma atividade complexa, que exige habilidade para gerenciar um trabalho, levantar patrocínios e administrar orçamentos. Para isso é preciso um planejamento minucioso sobre a produção cênica, por isso tem que ser feito por uma pessoa que entenda de produção.
O produtor cênico é o profissional capaz de conceber, viabilizar e administrar projetos culturais. Para isso deve ter uma relação profunda com a arte, através da experimentação prática e do conhecimento das artes da cena e seus processos. É um fomentador capaz de articular equipes de artistas e técnicos a fim de promover e desenvolver projetos artísticos.
Em um modo de produção capitalista e no âmbito da cultura de massa, o fazer artístico também gera custos. Quando o artista não produz por diletantismo nem possui outra fonte de renda, precisa de apoio, patrocínio, financiamento, depende, ao menos em parte, de políticas culturais públicas e privadas para viver e se manter com seu trabalho em arte.
A sociedade considera a arte uma forma importante de se exprimir e de se ver expressa, se valoriza esse tipo de atividade e a considera um valor simbólico que a representa e mostra sua auto-reflexão seria coerente que encontrasse formas de viabilizar o fazer artístico.
Por isso se torna muito importante o produtor buscar patrocínios entre as grandes empresas que de alguma forma contribuem para um futuro melhor das pessoas menos favorecidas. Por isso ele precisa por em prática todas as etapas necessárias para a realização do projeto cultural.
ITENS DE UM PROJETO
Apresentação
• O que é o projeto?
• Qual sua missão?
• Quando e onde será realizado?
• Quem são os principais envolvidos e quais suas funções?
• Qual o público-alvo?
Justificativa
Em que contexto se insere?
Qual sua importância/oportunidade neste contexto?
Por que foi pensado e proposto?
Qual seu histórico?
Qual a experiência do proponente?
Qual o diferencial do projeto?
Já foram desenvolvidas outras ações para este público pelo proponente?
Objetivos
Que impacto se pretende causar com este projeto?
Que ações se pretende realizar para alcançar este impacto?
Público alvo
Onde vive?
Qual escolaridade?
Qual idade?
Qual gênero e classe social?
Qual sua relação com o projeto?
Qual estimativa da quantidade de público?
Resultados previstos
Quais serão as metas para cada um dos objetivos?
Quais são os benefícios culturais, sociais e econômicos?
Estratégia de ação
Qual a programação do projeto?
Como ele será realizado? Existem etapas distintas? Quais?
Quem são os responsáveis por cada etapa?
Cronograma
Quais ações culturais do projeto?
Como elas se dividem nas etapas?
Qual o período de cada etapa?
Orçamento
Qual o custo de cada etapa do cronograma?
Quais são as fontes previstas?
Quanto será solicitado a cada fonte?
Qual o valor total do projeto?
Plano de contrapartida
Quais são as contrapartidas?
Como serão realizadas?
Quando e onde?
A produção de espetáculos é uma atividade complexa, que exige habilidade para gerenciar um trabalho, levantar patrocínios e administrar orçamentos. Para isso é preciso um planejamento minucioso sobre a produção cênica, por isso tem que ser feito por uma pessoa que entenda de produção.
O produtor cênico é o profissional capaz de conceber, viabilizar e administrar projetos culturais. Para isso deve ter uma relação profunda com a arte, através da experimentação prática e do conhecimento das artes da cena e seus processos. É um fomentador capaz de articular equipes de artistas e técnicos a fim de promover e desenvolver projetos artísticos.
Em um modo de produção capitalista e no âmbito da cultura de massa, o fazer artístico também gera custos. Quando o artista não produz por diletantismo nem possui outra fonte de renda, precisa de apoio, patrocínio, financiamento, depende, ao menos em parte, de políticas culturais públicas e privadas para viver e se manter com seu trabalho em arte.
A sociedade considera a arte uma forma importante de se exprimir e de se ver expressa, se valoriza esse tipo de atividade e a considera um valor simbólico que a representa e mostra sua auto-reflexão seria coerente que encontrasse formas de viabilizar o fazer artístico.
Por isso se torna muito importante o produtor buscar patrocínios entre as grandes empresas que de alguma forma contribuem para um futuro melhor das pessoas menos favorecidas. Por isso ele precisa por em prática todas as etapas necessárias para a realização do projeto cultural.
ITENS DE UM PROJETO
Apresentação
• O que é o projeto?
• Qual sua missão?
• Quando e onde será realizado?
• Quem são os principais envolvidos e quais suas funções?
• Qual o público-alvo?
Justificativa
Em que contexto se insere?
Qual sua importância/oportunidade neste contexto?
Por que foi pensado e proposto?
Qual seu histórico?
Qual a experiência do proponente?
Qual o diferencial do projeto?
Já foram desenvolvidas outras ações para este público pelo proponente?
Objetivos
Que impacto se pretende causar com este projeto?
Que ações se pretende realizar para alcançar este impacto?
Público alvo
Onde vive?
Qual escolaridade?
Qual idade?
Qual gênero e classe social?
Qual sua relação com o projeto?
Qual estimativa da quantidade de público?
Resultados previstos
Quais serão as metas para cada um dos objetivos?
Quais são os benefícios culturais, sociais e econômicos?
Estratégia de ação
Qual a programação do projeto?
Como ele será realizado? Existem etapas distintas? Quais?
Quem são os responsáveis por cada etapa?
Cronograma
Quais ações culturais do projeto?
Como elas se dividem nas etapas?
Qual o período de cada etapa?
Orçamento
Qual o custo de cada etapa do cronograma?
Quais são as fontes previstas?
Quanto será solicitado a cada fonte?
Qual o valor total do projeto?
Plano de contrapartida
Quais são as contrapartidas?
Como serão realizadas?
Quando e onde?
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
COMÉDIA DELL´ARTE
Na Itália, os personagens estereotipados da comédia latina transformaram-se em tipos nacionais e provincianos da Commedia dell’Arte, surgida na Sicília, que arrasava as aspirações mais nobres do homem de ascender a um mundo melhor. A comédia mostrava assim a faceta ridícula de tudo o que era institucionalizado e admirado, inclusive criticando os poderosos através da caricatura. Por isso as máscaras da Commedia dell’Arte, ao contrário do teatro clássico, apesar de serem muito intensas, não remetiam a uma expressão em particular, estavam sujeitas a interpretações diversas. Fundamental então era o trabalho corporal do ator, como se fosse um suplemento para a máscara, expressando o que ela por vezes não podia.
Muitas destas máscaras eram feitas em couro fino, costuradas na roupa branca, sendo as mais conhecidas as dos personagens Pierrot, Colombina, Pulcinela e Arlequim. A Commedia dell’Arte inspirou o carnaval de Veneza, na Itália, que incorporou as máscaras, agora cobrindo apenas metade do rosto, deixando à mostra a expressão da boca. Algumas foram simplificadas a uma singela faixa de veludo, em geral, negra. Estas máscaras primavam pela delicadeza e eram inspiradas nos personagens da comédia. Em Veneza e até em Florença, as máscaras passaram a ser peça de indumentária feminina, como forte elemento de sedução. Até hoje a produção de máscaras em Veneza é tradicional e lucrativa.
As peças giravam em torno de encontros e desencontros amorosos, com um inesperado final feliz. As personagens representadas inseriam-se em três categorias: a dos enamorados, a dos velhos e a dos criados, também conhecidos por zannis (pelo que este tipo de comédia também é conhecida por commedia dei zanni). Estes últimos constituiam os tipos mais variados e populares. Havia o zanni esperto, que movimentava as acções e a intriga, e o zanni rude e simplório, que animava a acção com as suas brincadeiras atrapalhadas. O mais popular é, sem dúvida, Arlequim, o empregado trapalhão, ágil e malandro, capaz de colocar o patrão ou a si em situações confusas, que desencadeavam a comicidade. No quadro de personagens, merecem ainda destaque Briguela, um empregado correcto e fiel, mas cínico e astuto, e rival de Arlequim, Pantaleone ou Pantaleão, um velho fidalgo, avarento e eternamente enganado. Papel relevante era ainda o do Capitano (capitão), um covarde que contava as suas proezas de amor e em batalhas, mas que acabava sempre por ser desmentido. Com ele procurava-se satirizar os soldados espanhóis.
Muitas destas máscaras eram feitas em couro fino, costuradas na roupa branca, sendo as mais conhecidas as dos personagens Pierrot, Colombina, Pulcinela e Arlequim. A Commedia dell’Arte inspirou o carnaval de Veneza, na Itália, que incorporou as máscaras, agora cobrindo apenas metade do rosto, deixando à mostra a expressão da boca. Algumas foram simplificadas a uma singela faixa de veludo, em geral, negra. Estas máscaras primavam pela delicadeza e eram inspiradas nos personagens da comédia. Em Veneza e até em Florença, as máscaras passaram a ser peça de indumentária feminina, como forte elemento de sedução. Até hoje a produção de máscaras em Veneza é tradicional e lucrativa.
As peças giravam em torno de encontros e desencontros amorosos, com um inesperado final feliz. As personagens representadas inseriam-se em três categorias: a dos enamorados, a dos velhos e a dos criados, também conhecidos por zannis (pelo que este tipo de comédia também é conhecida por commedia dei zanni). Estes últimos constituiam os tipos mais variados e populares. Havia o zanni esperto, que movimentava as acções e a intriga, e o zanni rude e simplório, que animava a acção com as suas brincadeiras atrapalhadas. O mais popular é, sem dúvida, Arlequim, o empregado trapalhão, ágil e malandro, capaz de colocar o patrão ou a si em situações confusas, que desencadeavam a comicidade. No quadro de personagens, merecem ainda destaque Briguela, um empregado correcto e fiel, mas cínico e astuto, e rival de Arlequim, Pantaleone ou Pantaleão, um velho fidalgo, avarento e eternamente enganado. Papel relevante era ainda o do Capitano (capitão), um covarde que contava as suas proezas de amor e em batalhas, mas que acabava sempre por ser desmentido. Com ele procurava-se satirizar os soldados espanhóis.
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